Álvaro Petersen

 Posted by at 10:00 am  Colóquio
ago 092010
 

Ele está presente no imaginário de milhões de ex e atuais crianças. Criador e intérprete da cobra Celeste e do Godofredo (o amigo do Mau) no Castelo Rá-Tim-Bum,

Álvaro Petersen é um multimídia. Ator, cantor, compositor, diretor artístico, professor.

O I.R o convidou para um bate-papo sobre Tv, música,  teatro, educação, Ribeirão…

Rendeu tanto que dividimos em duas partes. Aproveite!

(1ª parte)

Sobre cobras, bonecos e cultura.

Marcelo Dias – Qual é a maior dificuldade de se fazer cultura hoje no país? Isso de maneira geral, até pelo fato de você ser professor, ser ator, compositor, músico…

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Álvaro Petersen – A maior dificuldade de se fazer cultura que eu vejo hoje é que ela precisa virar produto para depois ser distribuída, entendeu. Essa questão de a cultura “virar produto” é a grande discussão. Você tem um P… conteúdo, escreve um livro, ele tem que virar produto, tem que ser distribuído e tem que ser vendido. Então essa abordagem na venda e na criação desse produto que eu acho que é a grande dificuldade. Por exemplo, talvez em um outro país isso esteja melhor resolvido. Até pela questão do capitalismo mal feito aqui no Brasil ainda. Você falou da França, França é um país “socialista”, social e capitalista, socio-capitalista, socio-democrata, enfim. Saiu de um “socialismo”, ainda mantém essas características, é o último país com isso dentro do oeste Europeu. Você falou do Seu Jorge (N. do E. – Sobe o fato de Seu Jorge ter tido ótima aceitação naquele mercado). Bom, você tem um produto, seja ele musical, de literatura, é o representativo de uma determinada cultura. Porque você veio de Ribeirão Preto, que seja, está acostumado aqui, sua família veio do café, não sei. Você estabelece um produto cultural que aqui em Ribeirão Preto não existe, ou em qualquer outra cidade nesse sentido, em Ribeirão Preto é um pouco mais grave, e a Bahia que é um caso á parte. Você chega num país desses com um produto cultural, como eu disse agora, e ele é respeitado como produto e como representação cultural. E aí ele pode ser vendido.
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Marcelo – Ele (produto) primeiro é uma representação cultural, e é isso que torna ele produto?
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Álvaro – Primeiro ele é representação cultural, e segundo, ele é respeitado por isso. Aí ele vira um produto. O cara fala assim, “ah, você está vendendo um cd, que legal, põe aí” Não, não, tem um conteúdo, entendeu. Ah, você está vendendo uma obra de arte, um artesanato, ou dança, ou uma literatura… Enfim, o cara está vendendo isso.
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Álvaro – Eu acho que é isso, eu vejo essa grande dificuldade. Mesmo porque eu vejo coisas que são uma grande briga. Por exemplo, você vê que nunca o Brasil teve tanto incentivo à cultura enquanto produto. O que você tem de leis, o que você tem de dinheiro, de verba disponível para projetos culturais, nunca teve tanto. Então você entra na internet, tem tudo quanto é empresa abrindo concurso, abrindo edital, abrindo para você entrar. “Eu quero escrever um texto para teatro”, então entra lá e tem incentivo, lei de incentivo, nunca teve tanto eu acho, está ótimo. Mas é aquela coisa, tem que ter uma representação cultural. Então começa a cair sempre numa situação assim, é sempre uma coisa absolutamente regional, o Brasil ainda vive dos seus regionalismos.
Marcelo – Nesse caso, lá na França é o respeitar a cultura que faz da cultura um produto? Continue reading »

Os Profiçççionais

 Posted by at 10:16 am  Colóquio
ago 022010
 

Os Profiçççionais

Colóquio com o grupo circense “Os Profiççionais”. Formado por André Luiz Cunha dos Santos , Cinthia Ramos Vendruscolo, João Márcio Marcílio e Rafael Nilton Rodrigues. Artistas por natureza, vocação, profissão e alma. A profundidade desta arte dividida em duas partes. A primeira, um batepapo com os artistas. O trabalho, o grupo, a formação e a história do quarteto. Na segunda, a vez dos personagens.

André, Cinthia, Rafael e João

Parte 1

Leonildo – Quando alguém pergunta a profissão de vocês, o que vocês respondem?

João – Somos artistas de circo.

André – Circenses!

Leonildo – E o que é ser palhaço pra vocês, na visão do cidadão, não do artista? Continue reading »

fev 282010
 

Coloquio_Ruth_Duarte

(link para o Colóquio em formato PDF download/visualização. Tamanho 1,04 mb)

Para falar sobre todo o currículo acadêmico e profissional de Ruth de Gouvêa Duarte seria necessário um adendo neste Colóquio. Graduada em Ciências Físicas e Biológicas pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), possui mestrado e doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP). É professora, pesquisadora, escritora com indicação ao Prêmio Jabuti e avó do Gabriel (o Monge do IR!). Nos recebeu em sua casa, em São Carlos, para uma conversa sobre inconfidências da educação.

Décadas de experiência

Marcelo Dias –  Como está a educação no Brasil, com relação ao acadêmico, ao ensino superior?

Ruth de Gouvêa Duarte – A educação é um processo, não é algo que se possa confinar no lar ou na escola. Mesmo que você pense em educação escolar, ela é um processo também, tem que abarcar muitos anos. É preciso, então, haver dentro da escola uma filosofia de partida, que todos sigam. Caso contrário, começa a haver atrito. Continue reading »

jan 302010
 

(publicada originalmente na edição 11 – setembro de 2009 – segunda quinzena)

Professor, diretor, reitor, amigo, pai. Durante as últimas quatro décadas esse jovem de cabelos brancos ensina, através de ensinamentos ou exemplo de vida, centenas de jovens (e adultos). Professor Valter de Paula é pró-reitor acadêmico do Centro Universitário ‘Barão de Mauá’. Concedeu-nos o prazer deste Colóquio no bar da Cláudia, na Lagoinha. Local onde encontra os amigos e brinda a vida.


IncRibeirão – Qual é a motivação que o senhor tem para, depois de 43 anos, continuar trabalhando com educação?

Prof. Valter – Não são bem 43 anos, acho que é um pouco mais. Há 43 que eu trabalho no Centro Universitário ‘Barão de Mauá’. Mas antes eu trabalhei no ginásio do estado em Altinópolis. Fiz uns cálculos e dos meus 66 anos, praticamente a minha vida toda eu passei dentro de uma escola. Ora como aluno, ora trabalhando.

IncRibeirão – Então o senhor nunca saiu da escola!? Continue reading »