Por que Ribeirão Preto não está preparada para atender os cadeirantes? (Gilberto Caldeira)
Meu amigo Gilberto, acredito que Ribeirão Preto, como a maioria das grandes cidades do mundo, pensa nos problemas de seus habitantes até certo ponto. Não digo que haja necessariamente um jogo de interesses em não beneficiar os cidadãos cadeirantes, mas que as dificuldades de acessibilidade as quais eles enfrentam passam bem longe do pensamento cotidiano do cidadão comum, isso sim.
O Monge pede aos leitores que pensem em quantos – e quais – prédios públicos e privados oferecem condições de acessibilidade para cadeiras de rodas. Sim, estou falando das rampas, as quais geralmente quem anda com as próprias pernas nem repara, ou até mesmo reclama quando quase escorrega caminhando por ali (especialmente cidadãs de salto alto, mas isto não vem ao caso). Imagine a dificuldade que o cadeirante enfrenta quando precisa de um serviço oferecido em um local sem rampa. Creio que vocês jamais tinham pensado em um degrau como obstáculo intransponível, não é. Sem contar as guia das calçadas. Agora imagine como deve ser viver em um ambiente onde seu direito de ir e vir é limitado desta forma. Seus caminhos deverão ser previamente estabelecidos, e alguns lugares permanecerão inatingíveis se você estiver sozinho. Parece familiar? Para muitos, sim.
Se cada membro do poder público, empresário, comerciante etc. fixasse este quadro na memória, mesmo que por alguns instantes do dia, poderíamos estar preparados não só para atender aos cadeirantes, mas para repensar a ideia de até onde nossa sociedade é igualitária.