out 032010
 

O Último Exorcismo

por Alexandre Carlomagno (alexyubari@yahoo.com.br)

O cinema é uma linguagem, logo, todo filme faz uso dessa linguagem para contar uma história – isso é óbvio. No entanto, vez por outra alguém resolve misturar as coisas. Por exemplo, o que vem acontecendo com o gênero terror pós-Bruxa de Blair: para aproximar ainda mais o espectador de uma trama aterradora é feito o uso da estética documental. Ficção mais documentário, teoricamente, assusta mais. Em alguns casos funciona, mas neste O Último Exorcismo não apenas isso não acontece como a junção desses dois aspectos cinemáticos falha miseravelmente.

Enquanto terror, os sustos são previsíveis e o que o diretor Daniel Stamm provavelmente deve chamar de preparação de atmosfera eu senti como uma prolixidade que culmina no óbvio e, consequentemente, no enfadonho. Tudo bem, o protagonista Cotton Marcus é mesmo interessante, fora que o ator Patrick Fabian é muito carismático, mas ao roteirista ele é uma mera ferramenta narrativa que conduz aos (tsc) sustos. Fora isso, a trama pode até funcionar em alguns momentos, principalmente no que diz respeito à gravidez de Nell Sweetzer (Ashley Bell), a “possessa da breca”, mas a resolução é de tamanha estupidez que fica difícil não cair no riso ao término do filme.

Mas o que realmente chama atenção em O Último Exorcismo é a narrativa documental. Completamente equivocada e subestimando o espectador mais perspicaz, ela dá um tiro no próprio pé por: 1º) em eventos de tempo presente, corrido, como no exorcismo dentro do que parece ser um celeiro, de que maneira é possível haver tantos cortes sendo que eles utilizam apenas uma câmera? 2º) o uso de músicas para manipular o espectador torna o suposto “documentarista” num tremendo filho da puta, já que ele estaria transformando aquele evento “real” num espetáculo; e 3º) a narrativa cresce gradativamente como num filme convencional de suspense, com entrevistas alegres da família de Cotton no início para contextualizar o personagem – que tipo de documentarista não vai atrás da repercussão do caso, ou mesmo da família, que sem mais nem menos é jogada a escanteio?

Como podem perceber, seja como terror ou suposto documentário, a única proeza de O Último Exorcismo é conseguir errar lamentavelmente nas duas abordagens – e olha que, pra agravar ainda mais a situação, é feito uso de efeitos especiais campestres. Mas no final nada disso interessa, pois os misteriosos cortes com uma só câmera servem para dar o dinamismo necessário a um filme que custou pouco mais de 1 milhão e arrecadou tantos outros mais.

Manchetes – 03/10/2010

 Posted by at 12:42 pm  Manchetes
out 032010
 
A Cidade
Partidos preveem bancada de RP com seis deputados

CI – Sujos ou limpos?

Gazeta Ribeirão
Saúde mantém contratos irregulares para exames

CI – Só a Saúde?

O Estado de São Paulo

IBOPE indica que eleição para presidente pode ir para 2º turno
Folha de São Paulo
Dilma tem menor índice em 50 dias; 2º turno segue indefinido

CI – De tanto repetir…

Correio Braziliense
Depois das polêmicas, a hora do voto

CI – Ufa!

Estado de Minas
Nas urnas o futuro do País

CI – Respeitem o resultado.

O Globo
Quem vai administrar o Brasil real?

CI – O sistema financeiro global.

Jornal do Brasil
Natal antecipado preocupa a indústria

CI – E Jesus? Nascerá prematuro?

Zero Hora
O novo rosto do Brasil

CI – Não acredita em telejornais.

Valor Econômico

Sem edições aos fins de semana.

Revistas

Carta Capital
Eles ainda sonham com a marcha

CI – Minoria nostálgica.

Época
Depois de Lula

CI – Haverá outro dia.

Istoé
O avanço da onda vermelha

CI – O problema é que carrega de tudo.

Veja
As grandes propostas para o Brasil feitas na campanha presidencial

CI – Nenhuma fala do banqueiro.

Istoé Dinheiro
Minha vida depois da prisão

CI  – Empresário inocentado.

Exame
O Brasil pós-Lula

CI – Pré-independência.

CI – Comentário Inconfidente