jul 072010
 

A Cidade

Crime ambiental mobiliza polícia e Ministério Público

CI – Tão raro que é manchete.

Gazeta Ribeirão

Promessa de camapanha, Leva e Traz é desativado

CI – Alguém acredita nela?

O Estado de São Paulo

Serra ataca plano radical do PT, que Dilma assinou

CI – O sujo falando da mal lavada.

O Globo

Novo Código Florestal anistia quem desmatou a Amazônia

CI – De anistia em anistia…

Folha de São Paulo

Notificação de dengue quebra recorde no país

CI – E a água parada dos lixões?

Jornal do Brasil

Poupança bate recorde

CI – Poupe, poupe, poupe!

Correio Braziliense

Câmara legislativa, casa de milionários

CI – Tem coisas, que só o Brasil dá para você.

Zero Hora

Pente-fino do TCE já detectou salário de até R$ 43 mil

CI – “Ôh, lá em casa”!

Estado de Minas

Um crime, uma confissão e muitas suspeitas

CI – A defesa apelará pela moralidade…

Valor Econômico

Teles e bancos são as ações prediletas das pessoas físicas

CI – E dos políticos?

CI – Comentário Inconfidente

jul 072010
 

por Alexandre Carlomagno (alexyubari@yahoo.com.br)

Os créditos iniciais imersos numa escuridão soturna, com o letreiro que surge vagaroso não apenas dita a cadência narrativa peculiar do diretor, como também seu modus operandi. Logo de cara parece que fomos jogados num teste psicológico. No decorrer da trama, tempo e espaço coexistem numa profusão de personagens, psiques e moralidades que encontram respaldo na geografia típica de um vilarejo alemão às vésperas de um grande evento mundial.

Narrado pelo ponto de vista do professor da comunidade (Christian Friedel na juventude e Emst Jacobi mais velho, com a narração), o filme coloca em cheque, a partir daí, a veracidade dos fatos que se desenrolam naquele universo fictício/real. O que sabemos é o que o protagonista sabe – ou ao menos tem noção. E é isso o que pretende o diretor e roteirista Michael Haneke (A Professora de Piano, 2001): apetecer a mente do espectador e forçá-lo a acompanhar toda a trama. A ele interessam as perguntas.

Conforme dizeres do próprio Haneke, uma resposta concreta é praticamente impossível de se estabelecer em um filme – diferente das questões. Dessa maneira é possível estabelecer um paralelo entre este seu novo trabalho e Caché (2005), também de sua autoria. Pelo viés da verdade obscura e a inconcussa elucidação improvável dos fatos, o diretor graduado em psicologia, filosofia e ciências dramáticas pela Universidade de Viena estabelece alguns de seus princípios dentro do vilarejo. Perfeita em teoria, essa aldeia longe da cidade e do resto do mundo na prática prova-se falha.

Os incidentes insolúveis, as rixas hierárquicas, a educação retrógrada, o conservadorismo das relações e a faceta moralista e tantalizante emergem entre nichos dentro de nichos de seres-humanos. Por piores que sejam as mazelas, somos nós os mais graves causadores de tais. Mesmo manufaturado numa estonteante fotografia em preto e branco, o quadro pintado por Haneke, que data do início do século passado, por fim nos mostra uma contemporaneidade contundente. É como a pureza simbólica da fita branca cujo nó se desata do nosso caráter.