Por que certas pessoas só atraem gente louca para suas vidas? (Élio Galli)
Hehe, taí uma pergunta interessante. Todos nós conhecemos pessoas que são verdadeiros para-raios de doido, isso quando não o somos nós mesmos. Sabe aquele cara que sempre atrai um bêbado aleatório para conversar com ele? Ou então aquela menina linda, tranquila, que nunca dá trabalho ou briga com ninguém, e quando menos se espera ela aparece com um namorado completamente surtado, que não dá sossego um segundo pra vida da moça. E é bem capaz que um destes acabe se tornando o pai dos filhos dela, para desespero dos rapazes certinhos e bacanas que sempre suspiraram por ela desde o colegial.
A primeira coisa que passa na cabeça é que estas pessoas não são tão normais assim, não é? Aquele seu amigo – que fica duas horas conversando com um morador de rua que diz ser o Sílvio Santos – sempre pareceu ser meio “pancada” mesmo. E a mocinha cândida… Ah, as santinhas são sempre as piores, como já contava Nelson Rodrigues. Pode parecer que não, mas ela e o Bad Boy tatuado e viciado em ecstasy entendem-se muito bem, nem que seja só entre quatro paredes, onde vale tudo mesmo.
Bom, todas as pessoas são loucas em alguma instância. Não é nem necessária a psicologia para explicar isso. Aliás, a culpa é em boa parte justamente dela, desde os primórdios de Freud. É destes tempos a expressão “de médico e louco, todo mundo tem um pouco”, que nada tem a ver com a prática amadora da medicina na mesma proporção com que se viaja na batatinha. A frase na verdade sugere a existência de uma loucura compartilhada, principalmente na conturbada relação entre o médico e o paciente psiquiátrico. Se não existisse, não seria possível uma comunicação no mesmo nível. E comunicação é o que importa. Simples assim.