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Monge, que pátria que te pariu? (Marcelo Dias, da redação)
Nascido nesta pátria que se chama Brasil, filho de pai e mãe nativos desta terra, o Monge pode dizer que foi duplamente abençoado. Primeiro, pelas belezas naturais e culturais encontradas por todo o país. Segundo, por ter nascido e sido criado em uma época tão interessante quanto a que vivemos hoje.
Mas o cenário não é tão belo assim. Embora dividindo o mesmo espaço-tempo comigo, muitos e muitos brasileiros não se sentem da mesma forma. Afinal, todos somos vítimas – diretas ou indiretas – de um sistema social injusto, de políticas excludentes, de uma economia predatória e da escalada da violência. E a corda sempre arrebenta do lado mais fraco.
Minha pátria é de contrastes. Paisagens exuberantes lado a lado com condições humanas precárias, seja no campo ou na cidade. Território dotado de uma riqueza sem tamanho, tanto na abundância dos recursos naturais – fauna, flora, minérios e muito mais – como na sabedoria e encanto do seu povo. Pena que toda esta riqueza acaba, de um jeito ou de outro, concentrada nas mãos de poucos que não a querem dividir.
Um povo que apanha muito, mas é dotado de uma alegria sem igual. Acolhedor e hospitaleiro, sem deixar de lado sua malandragem. Pois, como dizia Jorge Ben, “se o malandro soubesse como é bom ser honesto, seria honesto só por malandragem…” Talvez seja esta a essência do povo brasileiro. Malandro de coração, e sabe que o melhor caminho é aquele que se trilha acompanhado.