O que corre pelas ruas

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mar 052010
 

Vergonha e Consideração eram duas cachorrinhas.

Uma morreu na sala e a outra na cozinha.

– Seu Joaquim, segurança de rua noturno da Zona Sul de Ribeirão Preto

mar 052010
 

Monge, vale tudo durante a campanha eleitoral? (Will Parisi)

Vale de tudo, é lógico. Este ano de 2010, como já sabemos, será mais um ano de eleições para presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. E também mais um ano da Copa do Mundo de Futebol, a sensação nacional, o maior motivo de orgulho do brasileiro perante o resto do planeta. Diante de um espetáculo tão grandioso e eloquente, o próprio cenário eleitoral precisa desde já disputar a atenção da população. Senão as eleições ficarão à míngua do imaginário popular, ofuscadas pelo brilho da camisa amarela nos verdes gramados da África do Sul.

Ah, mas creio que não era exatamente isso que minha colega quis perguntar. Afinal, uma eleição é uma disputa, e é difícil imaginar que alguém entre em tamanha contenda (embate, luta) sem a perspectiva de vencer. Mesmo assim há quem o faça, buscando apenas a visibilidade no cenário político do país, almejando maior força nas próximas eleições. Mas deixemos estes de lado por enquanto.

A primeira atitude de um candidato a qualquer cargo político é polir a sua imagem. Isto envolve desde plásticas e mudança de vestuário, a sessões de fonoaudiologia e lições de etiqueta. Afinal, ninguém quer aparecer feio, xucro e ignorante na hora de pedir o seu voto, mesmo aqueles que afirmam com orgulho advirem das classes mais populares. Esta “recauchutagem” do candidato às vezes envolve até mesmo uma mudança radical de comportamento, pelo menos da maneira como o veremos durante o horário eleitoral. Célebres políticos “linha dura” surgem falando manso e sorridentes. Aqueles mais chegados às festanças da comunidade irão aparecer mais discretamente, apenas “fazendo o social” nos eventos em que possam angariar votos. E todos que tiverem qualquer tipo de mancha negra em suas promissoras carreiras políticas usarão e abusarão de todo tipo de produto de limpeza possível. Sabonetes, desengordurantes, desinfetantes, detergentes e, é claro, muito óleo de peroba.

Mas é certo que, no campo de batalha dos pretensos representantes do povo, a maior e melhor arma é a desvalorização do adversário. Às vezes isto ocorre de maneira sutil, por exemplo expondo a inexperiência ou a ineficácia do outro em termos de administração pública e ocupação de cargos políticos. Mas em diversas ocasiões nos deparamos com candidatos que gostam de jogar baixo. Por exemplo hipotético, desencavando uma história da adolescência do adversário, quando este bateu no filho da vizinha. Ou que maltratava os cachorros de rua. Ou então que roubava moedas da caixinha da igreja. Quanto mais antiga e sórdida a história melhor, e mais difícil de ser provado o contrário.

Pois é, as eleições estão próximas. Antes ainda tem a Copa, mas sinceramente o Monge não se interessa muito. Os jogos políticos são muito mais divertidos, porque mesmo quando alguém dá um carrinho por trás dentro da área, são remotas as chances de rolar um cartão vermelho.

mar 052010
 

A Cidade

Saúde arromba casa na guerra contra o mosquito  da dengue

CI – Arrombem o lixão.

Gazeta Ribeirão

Venda de veículos aumenta 11% em Ribeirão Preto

CI – Crime ambiental.

Folha de São Paulo

Justiça reabre processos contra Daniel Dantas

CI – Gooooooooooooooooooooooooooooool.

O Estado de São Paulo

Supremo mantém Arruda preso; Distrito Federal abre impeachment

O Globo

STF mantém Arruda preso e impeachment é aberto

Correio Braziliense

STF nega habeas corpus a Arruda

CI (3 em 1) – Ele não tem as facilidades de Dantas.

Jornal do Brasil

O drama de ser usuário do Santos Dumont

CI – Droga?

Zero Hora

Ano de eleições provoca festival de medidas populares no Congresso

CI – Todo ano eleitoral.

Estado de Minas

O recado de Minas

CI – Minas 1 x 0  São Paulo

Valor Econômico

Grandes lojas superam tabu e lucram com cartão híbrido

CI – Concorrência.

CI – Comentário Inconfidente

mar 052010
 

Estava a folhear o livro Retrato em Branco e Negro – Jornais, escravos e cidadãos em São Paulo no Final do século XIX de Lilia Moritz Schwarcz quando me deparo com as seguintes imagens:

Uma coisa foi extremamente chocante nessas imagens: eu não ter me impressionado. É incrível um mundo ao qual dizemos ser “democrático” ter tantas semelhanças com o mundo “autoritário”. Esses trechos de “classificados” tem uma relação estrita com o marketing atual. Eles remetem ao melhor artigo que já li até hoje, “…mas publicidade é informação?” de Eugênio Bucci (clique para vê-lo). Em certo momento do artigo ele profere a máxima mais incontestável que este que vos escreve já viu até hoje na discussão de publicidade e jornalismo: “A imprensa se realiza quando a sociedade a conduz. A propaganda, quando a sociedade lhe obedece“. Até hoje não vi nenhum publicitário contestar essa frase (e olha que já perguntei a vários, que discutiram mas não refutaram).

O que tudo isso significa? Bem, cada vez mais a “coisificação” voluntária do ser humano mostra-se como esse caminha a passos largos para uma volta à escravatura total (se é que já não chegamos lá). Desta vez, incontestável, já que foi por vontade própria. E agora, a casa grande são os shoppings, o cafezal é a sua baia onde você faz o trabalho de uma máquina (igual aos escravos do século XIX) e os chicotes, as propagandas.