Luiz Carlos Barbon Filho. Era esse o nome dele. Não o conheci, não reportarei aqui honras que não cabem a mim atribuir. Seu trabalho como jornalista incomodou primeiro pedófilos, e depois ladrões de carga. Pagou com a vida. É isso que sei e para este artigo, basta. Continue reading »
TJ manda Ribeirão indenizar homem por queda em buraco
CI – Coitado do joelho.
Custo de vida tem alta em Ribeirão
CI – Pesquisar preço faz bem.
EUA e Brasil discutem montar no Rio base civil antinarcotráfico
CI – ???
Governo aponta abuso na prescrição de emagrecedor
CI – Não tem gordura para queimar.
Wilson fica no GDF e não disputa reeleição
CI – Governo (sic) do Distrito Federal.
União sem repasse
CI – Ao Rio, tudo.
Pressão dos EUA sobre o Irã pode atingir Petrobras
CI – Independência.
Um dia a casa sai
CI – Ah, se sai!
Assembleia aprova aumento para os mais altos salários
CI – Tem como respeitar? Me diga, tem como?
Siderúrgicas elevarão preço do aço em até 14,5% em abril
CI – Especulação é tudo.
CI – Comentário Inconfidente
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Monge, por que a gente não sabe mais valorizar os outros? (pergunta de Juliana Sobrinho, estudante de Psicologia)
Minha querida Ju, todos nós hoje vivemos a cultura da individualidade. Ela alcançou seus patamares máximos no século passado, e continua funcionando da mesma maneira em pleno século XXI. Responsabilidade direta do capitalismo desenfreado, do consumismo exagerado e da hipervalorização da propriedade individual. Milhões, bilhões de pessoas caracterizadas apenas pelo seu poder de posse. O que importa é o que você tem e o que você faz, este último somente porque estabelece o pressuposto financeiro do que você pode ter depois, comprado com o dinheiro do seu trabalho. Essências humanas diluídas em shopping centers e eventos sociais.
E a partir do momento em que detemos um sistema econômico que valoriza a competição e a exclusão (do outro, lógico), toda a leva cultural e social dos últimos séculos veio no mesmo embalo. A psicologia moderna, por exemplo, definiu muito bem a importância do ser humano individual, único em suas qualidades e defeitos, em seus prazeres e aversões. Até aí tudo bem, mas o problema começa a partir do momento em que isso se mescla a ideia da supremacia de um individuo sobre outro. E não estou falando necessariamente de ideologias raciais, religiosas ou sexistas, mas o simples pensamento que a gente tem de que é melhor do que o vizinho só porque ele escuta sertanejo, e você pagode. Ou porque ele lava o carro na calçada num domingo de sol, e você manda para o lava-rápido. Ele também matriculou a filha no ballet, ao invés da natação em que você colocou seus filhos. E não tem vergonha de usar camisa de manga curta com gravata, o que você acha simplesmente ridículo. Nós não somos programados para aceitar o diferente. Toleramos o outro, porque a mídia, a família e a psicologia nos ensinam isto. Mas ninguém ensina a se livrar do sentimento de superioridade.
Talvez o Monge esteja “viajando”, mas acredito que perdemos há muito tempo atrás o verdadeiro sentido de coletividade. Acho que foi lá pela Renascença, mas pode ter sido antes dos romanos, nunca se sabe. Não sabemos mais pensar em comunidade, enquanto espécie. Os agrupamentos de pessoas, de “tribos” adolescentes a torcidas organizadas, só refletem o interesse mútuo de um bando de indivíduos, não um pensamento coletivo. Tanto que grupos de humanos entram em conflito muito facilmente, muitas vezes nem necessariamente no campo físico. Ideias brigam bastante.
A nossa preocupação com o ser humano mal ultrapassa o portão de casa. Minha família, meus amigos, e quem sabe aquela família carente que vez ou outra passa pela minha rua. Mas caridade é algo mesquinho. Vou ajudá-los, mas só porque isso vai fazer com que eu me sinta bem. Quem sabe até ganho uma moral com o vizinho que escuta sertanejo, mostrando minha óbvia superioridade.