jan 222010
 

(publicada originalmente na edição 9 – agosto de 2009 – primeira quinzena)

Globalização. Para a integração das pessoas através do mundo e, é claro, da cidade, a comunicação e o transporte são carro-chefe. Sem ambos, os processos que sustentam a realidade atual seriam atrofiados. Comunicação não falta, mesmo que, algumas vezes, ela não se dê aconteça da forma ideal. Continue reading »

jan 222010
 

(publicada originalmente na edição 9 – agosto de 2009 – primeira quinzena)

Recentemente tivemos a queda da obrigatoriedade de um diploma de jornalismo para exercer a profissão (como na França, Alemanha, Estados Unidos, Japão, etc.). Alguns jornalistas e estudantes do jornalismo organizaram protestos, pintaram a cara e colocaram nariz de palhaço e foram para as ruas, se auto nomearam palhaços. Tudo bem, todos temos liberdade de expressão.

Algumas questões: (1) A não obrigatoriedade do diploma causaria um desastre literário e queda na qualidade e confiabilidade das noticias? (2) A não obrigatoriedade do diploma desqualifica quem tem diploma, assim ter um diploma não serve mais para nada?

Nós psicanalistas convivemos com rumores de um questionamento bem parecido: Regulamentar ou não o profissional psicanalista? Sobre isso, no meu blog, temos alguns textos que podem ajudar. O que pessoalmente acredito, no caso da psicanálise, é que a nossa área ganha muito ao ter, em seu exercício, profissionais das mais diversas formações (filósofos, biólogos, psicólogos, médicos, jornalistas, etc.) que contribuem com diferentes pontos de vista, adequados ou não.

De fato, tal não regulamentação do exercício permite que um “fulano de tal”, sem a mínima formação, abra um consultório, com uma placa luminosa “Psicanalista Aqui” e exerça a profissão. Sem problemas. Acredito que o “fulano de tal”, desistirá na primeira semana, pois a clínica psicanalítica não se sustenta sem formação sólida e continuada, análise pessoal e supervisão de casos clínicos. Ou seja, a formação é necessária e fundamental para o exercício, e não apenas um certificado, um diploma na parede (vemos psicólogos recém formados, com o número de CRP, que pregam o diploma na parede, e depois de algum tempo percebem que precisam aprofundar-se numa formação especifica, pois não sustentam a atividade clinica.)

Mesmo não sendo regulamentada por órgãos federais ou estaduais, a psicanálise é conhecida mundialmente por seu rigor e confiabilidade. As próprias sociedades, núcleos, grupos etc. se encarregam da formação que, a meu ver, é feita artesanalmente, com um alto grau de pessoalidade e amparo. Não há faculdade de psicanálise que vomite 40 psicanalistas por ano no mercado de trabalho.

Quanto à questão acima numerada como (2), penso que o diploma nunca valeu nada. O que vale é a qualificação que o sujeito obteve no tempo em que esteve no curso. Por isso, uma pessoa formada em uma faculdade não tão bem conceituada pode ser um profissional melhor preparado que outro profissional formado em uma faculdade nota 10.

O que percebo é que os jornalistas, naturalmente, têm medo. Como se pensassem: “Nossa, agora alguém vai roubar meu emprego”; “qualquer um pode roubar meu emprego”, “as filas para emprego de jornalistas vão se encher de médicos, psicólogos, engenheiros etc.”

Ouvi uma manifestante, com nariz de palhaço, dizendo: “E eu? Que pago mil reais de uma faculdade de jornalismo? Meu diploma não vai valer nada?”. Para essa manifestante, sugiro que volte ao primário, pois parece que não conseguiu entender do que se trata.

Um diploma não garante nada. Consiste numa ilusão de que uma entidade toda poderosa consegue fiscalizar, organizar e garantir 100% alguma prática humana. O jornalismo está livre agora de pessoas que compram um diploma, e passa a dar espaço para outras pessoas com vocação e necessidade de se expressar. Obviamente, o curso de jornalismo continuará sendo concorrido, essencial e fascinante; e uma sólida formação valerá muito mais do que antes.

Luis Fernando S. de Souza Pinto é biólogo, psicanalista e faz parte do Grupo Verde (grupo de divulgação e popularização da ciência).
email: luisfernandossp@gmail.com / blog: www.sinapseoculta.blogspot.com

jan 222010
 

(publicada originalmente na edição 9 – agosto de 2009 – primeira quinzena)

50 coisas para fazer se estiver entediado na fila do banco (retirado do Blog “Não Salvo” em www.nãosalvo.com.br, autor desconhecido)

1. Teste o extintor de incêndio da agência.
2. Leve um aparelho de som 3X1 e coloque música gospel nas caixas.
3. Barbeie-se / depile-se.
4. Imite o ruído de fogos de artifício quando o caixa atender alguém.
5. Conte uma piada sem graça e ria sozinho.
6. Insinue que a grávida que está na fila do Caixa Preferencial usa barriga postiça.
7. Compre um saco de pururucas e mastigue.
8. Venda rifa.
9. Leia em voz alta os folhetos de propaganda do banco.
10. Use um dos balcões para fazer abdominais, repetindo: “um, dois!”
11. Toda vez que o painel de senha mostrar um número, repita-o em voz alta.
12. Peça dinheiro emprestado ao vizinho.
13. Mantenha-se de costas para a pessoa à sua frente.
14. Peça para guardarem seu lugar e, ao voltar, passe na frente de quem guardou.
15. Toque o jingle do banco com a boca, imitando um trombone.
16. Sempre que o caixa validar um documento, imite o ruído de uma máquina registradora.
17. Leve um apito e toque-o sempre que a fila andar.
18. Informe as horas, minuto a minuto, seguido do slogan do banco.
19. Quando alguém não conseguir fazer uma operação no caixa eletrônico, murmure: “OSTRA”.
20. Duble, em voz alta, o caixa dizendo a um cliente que o saldo dele está negativo.
21. Quando a fila andar, finja que está cochilando.
22. Faça “din-don” sempre que uma pessoa entrar na fila.
23. Encoste o dedão à esquerda das costas da pessoa à sua frente. Quando ela se voltar, vire bruscamente a cabeça para a direita.
24. Brinque de puxa-cueca com o colega da frente.
25. Cante uma da Jovem Guarda e diga: “ TODO MUNDO COMIGO, SHA-LÁ-LÁ-LÀ!”
26. Passe um abaixo-assinado contra a política de juros altos.
27. Minta que há um caixa disponível, e sem fila, no andar de cima.
28. Espalhe que a senhora gorda, lá do fundo, tem uma arma na bolsa.
29. Pergunte se alguém quer ser sua testemunha num processo contra o banco.
30. Coma uma fatia de melancia e saia da fila toda hora para cuspir os caroços.
31. Veja com o segurança se ele deixa você dar uma olhadinha no revólver dele.
32. Pergunte ao caixa por que eles cospem no dinheiro quando vão contá-lo.
33. Conte histórias de assalto a banco.
34. Pergunte a um atendente aonde fica o caixa-forte.
35. Acenda um cigarro de palha.
36. Promova uma “ola”.
37. Monte um aviãozinho de papel e jogue na mesa do gerente.
38. Se um carro forte chegar, cantarole o tema de “Os Intocáveis”.
39. Ensine um colega de fila a fazer massagem cardíaca.
40. Pergunte se alguém quer ser seu fiador.
41. Escreva numa folha de papel: “IDIOTA NÚMERO 107” e fique segurando.
42. A cada cliente atendido, puxe uma salva de palmas para o caixa.
43. Ria descontroladamente das pessoas que ficam presas na porta giratória.
44. Lembre aos outros o que poderiam estar fazendo se não estivessem ali.
45. “Por que bancos gastam tanto com propaganda e nada com caixas?”
46. Leve uma marmita e almoce.
47. Na hora que um dos caixas sair para almoçar, berre: “PEGA!”
48. Coma uma goiaba.
49. Ofereça-se para segurar a pilha de documentos de um boy e derrube-a no chão.
50. Quando chegar sua vez de ser atendido, puxe um longo discurso do bolso e leia.

Ou você pode imprimir a Lei Municipal 10.122/04 no endereço http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/leis/pesquisa/ver.php?id=7369&chave= e toda vez que enfrentar tempo maior que os previstos ligar para o PROCON (3632-0041/3636-7391). E lembre-se de guardar a senha da fila para que possa comprovar o tempo de espera!

jan 222010
 

(publicada originalmente na edição 9 – agosto de 2009 – primeira quinzena)

Já dizia o Mestre Yoda que o lado sombrio da Força (uma espécie de “poder sobrenatural” da história da franquia “Star Wars” que tanto pode pender para o bem, como para o mal) é o caminho mais fácil de ganhar o poder. Não só há muito tempo atrás, em uma galáxia muito muito distante as coisas são assim. Neste tempo e nesta galáxia, inúmeros exemplos já mostraram que a velocidade de ganho do poder é proporcional à velocidade em que você o perde.

Para ilustrar, vamos considerar o lado sombrio da Força representado nas figuras da politicagem e da corrupção (corriqueiramente os dois se confundem, quando não são dados por sinônimos):

– Um sujeito X segue sua vida pacata e honesta. Pratica o que ele considera o correto. Até que um dia, chega uma proposta de dinheiro e poder fácil. É aí que começa a grande saga de nossas vidas: enfrentar nossos piores demônios. Pôr em prática os ensinamentos dos velhos mestres da sabedoria que desde criança nos diziam que o mal é o errado e o bem é o correto.

Logicamente, nós todos como crianças tolas que ainda somos, só vemos o triunfo do mal na hora de ponderar. Os bandidos do colarinho branco impunes e ricos, profissionais inescrupulosos subindo aos mais altos cargos das empresas, e por aí vai. Essa é sempre a parte visível. O status sempre tem destaque aos nossos olhos. Jamais vemos a filha lésbica do senador que se suicida na frente do próprio pai, usando o paletó do pai e atribuindo ao próprio a culpa por ela estar fazendo aquilo. Tampouco vemos o político de origem árabe que é preso na mesma cela que seu próprio filho se sentir humilhado. Nós só vemos castelos, nepotismos e orgias. Talvez no fundo desejamos o mesmo para nós.

Em resumo, o imoral, indecente e ridículo é como uma ejaculada precoce proposital: você vai conseguir o que quer, antes de todo mundo e do jeito mais fácil possível; de forma que as demais pessoas o acharão um egoísta; mas quando elas estiverem se divertindo, elas não mais verão seu estado de marasmo e derrota. Você será passado.

Seria hipocrisia dizer aqui que seguir o caminho Jedi (ou seja, ser sempre o bonzinho) não tem também seus contras. De fato tem. Tudo virá mais demorado. Você lutará milhares de vezes mais para conseguir o que os “sombrios” demorariam. Será muito mais difícil. Mas no fim você poderá fazer algo que nenhum deles jamais fariam: relaxar e gozar.

por Leonildo Trombela Júnior